Os videogames e a literatura são mais semelhantes do que normalmente se pensa. O fator principal que aproxima os dois meios é a liberdade de narrativa. Ainda que existam as amarras de orçamento assim como no cinema e na televisão, as narrativas de videogames criam personagens e mundos fantásticos detalhadamente ricos, de maneira comparável apenas ao que surge nos parágrafos, páginas e capítulos de um livro. Fora isso, as duas mídias convergem com certa frequência — o RPG sendo o maior exemplo, talvez —, e, pensando nisso, hoje trago para vocês uma lista de jogos baseados em obras literárias. São eles:
– The Witcher: A série de três jogos, cujo primeiro lançamento ocorreu em 2007, acompanha Geralt de Rivia, o Bruxo caçador de monstros, em um tempo posterior ao da série de contos do autor polonês Andrzej Sapkowski.
– Metro 2033: O jogo, lançado em 2010, é baseado na obra de mesmo nome do autor Dmitry Glukhovksy, e acompanha a vida de sobreviventes de uma guerra nuclear que se refugiam nos túneis de metrô de Moscou.
– Parasite Eve: O game, originalmente lançado em 1998, segue a história de Aya, uma policial cuja missão é impedir o parasita Eve, e é uma sequência do livro homônimo, de autoria de Hideaki Sena, lançado em 1995.
Egoísmo, mentira, violência, ausência de moral e um profundo desrespeito pelas regras da sociedade. Beleza, acabei de definir o Vilão. E também posso dizer que defini as características de uma figura curiosa, que não é o Vilão, mas que tampouco é o Herói. Sim, estou falando do Anti-Herói.
Mas, afinal, o quê os difere então?
Isso, querida Pessoa Que Lê O Blog, é até bem simples de responder.
A grande diferença está nas suas intenções.
Por mais que tenha por muitas vezes motivações egoístas, o Anti-Herói não faz as coisas para prejudicar os inocentes. Ele pode não ser o mais certinho, o bonzinho, mas no fim das contas o Anti-Herói só quer resolver problemas, não causá-los.
Custe o que custar.
Alguns exemplos de Anti-Herói:
– Severus Snape (Harry Potter) – Sherlock Holmes (Sherlock Holmes) – Tyrion Lannister (As Crônicas de Gelo e Fogo) – Arya Stark (As Crônicas de Gelo e Fogo) – Batman (DC Comics) – Wolverine (Marvel Comics)
A figura do Herói talvez seja a mais clássica dentre os arquétipos, já que, na grande maioria das vezes, o personagem que representa o Herói é o protagonista da trama. Algumas características que ajudam a identificar essa figura são:
– Apaixonado por desafios, o Herói busca sempre provar sua capacidade ao superar os próprios limites. – O Herói deseja tornar o mundo um lugar melhor e inspirar as pessoas através de seus atos. – Sem um desafio ou oponentes para enfrentar, o Herói perde a motivação e passa a duvidar do seu valor. A arrogância pode se tornar sua ruína. – Seu maior medo é se sentir vulnerável ou impotente diante de uma situação. – Como valoriza a superação, o Herói possui grande força de vontade, e pode dar a volta por cima mesmo quando tudo parece perdido.
Exemplos de Herói: – Harry Potter (Harry Potter) – Katniss Everdeen (Jogos Vorazes) – Ned Stark (As Crônicas de Gelo e Fogo) – Jon Snow (As Crônicas de Gelo e Fogo) – Aragorn (O Senhor dos Anéis) – Homem Aranha (Marvel Comics) – Superman (DC Comics) – Super-Legal (Meu Vizinho Super-herói) – Lamparina (Lamparina e Lindinha)
Qual é a primeira personagem que você lembra quando pensa nesse arquétipo?
Adaptações literárias para o cinema não são novidade. De uns tempos pra cá, tornaram-se grande fonte da sétima arte, principalmente as adaptações de literatura fantástica infanto-juvenil. Um gênero não tão popular assim, porém, é o de filmes biográficos. Menos ainda, filmes biográficos de escritores. Transpor na tela o ofício de escrever é quase tão difícil quanto o ofício em si. Nem sempre acertam – aliás, o acerto é algo raro -, mas ainda assim, aprecio o gênero e venho apresentar algumas obras:
Adaptação (Adaptation)
Dirigido por Spike Jonze, o filme de 2002 traz Nicolas Cage na pele de Charlie Kaufman – e de seu fictício irmão gêmeo Donald – , em uma narrativa metalinguística onde Charlie – que é o roteirista do filme. O de verdade! – se encontra com dificuldades para escrever uma adaptação de um livro para o cinema, e pede ajuda a Donald, que também é roteirista.
Trumbo
Bryan Cranston dá vida ao autor e roteirista Dalton Trumbo neste filme de 2015, que retrata a época em que Trumbo foi colocado em uma “Lista de Banimento” de Hollywood por sua afiliação ao Partido Comunista, no final dos anos 40. Impossibilitado de trabalhar, Trumbo passa a escrever sob diversos pseudônimos, e chega a ganhar dois Oscars por seu trabalho, que só viriam a ser reconhecidos como sendo de sua autoria décadas depois.
Capote
O filme de 2005 apresenta Philip Seymour Hoffman no papel de Truman Capote, autor de “A Sangue Frio” (“In Cold Blood”), à época em que o livro estava sendo escrito. “A Sangue Frio” é um romance de não-ficção, que aborda o caso do assassinato de uma família no interior do Kansas. No período da produção de seu livro – que demandou extensa pesquisa de arquivo e diversas entrevistas com testemunhas, especialistas e acusados -, Capote se afeiçoou a um dos assassinos, o que possibilitou uma riqueza maior de detalhes do caso.
Mary Shelley
A autora de Frankenstein é interpretada pela atriz Elle Fanning neste filme de 2017, cujo foco está no relacionamento entre a então jovem Mary Godwin e o poeta Percy Bysshe Shelley, culminando na publicação – inicialmente anônima, pois julgaram “inadequado” a autoria da obra ser de uma mulher – de Frankenstein, em 1818. Mary Shelley só viria a ser creditada em uma edição posterior, lançada anos depois.
Colette
Keira Knightley dá vida a Colette, uma jovem francesa que, no começo dos anos 1900 escreve um romante semi-biográfico sobre a época de escola de uma menina chamada Claudine. O marido de Colette publica o livro se fosse de sua autoria, e explora a criatividade da jovem – chegando inclusive a trancafiá-la em casa para forçá-la a escrever -, resultando em uma série de quatro livros de “Claudine” antes que Colette conseguisse se libertar do controle do homem e enfim viver plenamente de seus escritos.
Poderia me Perdoar? (Can You Ever Forgive Me?)
A história de Lee Israel, uma decadente biógrafa transformada em falsificadora literária surgiu na tela grande em 2018, com Melissa McCarthy no papel principal. Nos anos 1990, a escritora, aliando seu talento ao desespero para se sustentar, começou a escrever cartas se passando por famosas personalidades falecidas, sobretudo autores, e a vendê-las como se fossem “relíquias encontradas”. O filme é baseado no livro de memórias de Israel.
O Fim da Turnê (The End of the Tour)
Após o suicídio do romancista David Foster Wallace – interpretado por Jason Segel – em 2008, o autor David Lipsky – interpretado por Jesse Eisenberg – relembra o período de poucos dias que passou com Wallace para uma entrevista em 1996 e o impacto que David teve em sua vida. O filme, de 2015, é baseado no livro de memórias de Lipsky sobre o período, publicado em 2010.
Quais desses você já assistiu? Comenta aqui embaixo o que achou, ou deixa a indicação daquele filme imperdível que ficou faltando!